Em entrevista ao GloboEsporte.com, preparador físico Márcio Meira detalha plano do Tricolor para período de preparação de retorno aos jogos
As competições que o Grêmio participa ainda não têm data para voltar, mas o clube já planeja alguns dos passos até a retomada. Já é consenso que o nível atingido antes da parada irá demorar um pouco a reaparecer. De acordo com o preparador físico do Tricolor, Márcio Meira, são necessários no mínimo 20 dias de treinos e seis partidas para os jogadores entrarem em ritmo de jogo.
Em papo com o GloboEsporte.com, Meira detalhou o plano previamente elaborado para a reapresentação no dia 2 de maio, ainda a ser confirmada. A ideia é que o grupo seja dividido em quatro jogadores por posição em faixas de horário diferentes.
Matheus Henrique, apesar de volante, poderia treinar com os laterais por características físicas, assim como Lucas Silva entre os zagueiros.

Conforme o controle do coronavírus se mantenha de forma positiva dentro do elenco e na própria cidade de Porto Alegre, os grupos progressivamente aumentam e, por fim, se avalia a reunião de todos os atletas para trabalhos mais táticos.
— Se apresentarmos dia 2, o primeiro jogo, para mim, seria dia 23, três semanas depois. Treinamos duas semanas inteiras e a terceira seria a preparação do jogo. (Os jogadores) Só terão ritmo de jogo, no mínimo do mínimo, com seis jogos. Paramos com 12 e estávamos pegando ritmo — afirma Meira.
“Enquanto forem grupos de quatro, (os jogadores) vão trabalhar com bola, mas nada de parte tática. Com oito, até dá. Só vão fazer primeiro jogo depois de liberarem todos times treinando com grupo inteiro” (Márcio Meira)
Avaliações “virtuais” e treinos à distância
Integrantes da comissão técnica se reuniram de maneira remota na última quinta-feira. O controle do grupo de jogadores ocorre de forma setorizada. Aqueles que ficaram em Porto Alegre se reportam a funcionários que também permaneceram no Sul. Meira está no Rio de Janeiro e conversa mais com quem também está na cidade.

A programação é cumprida pelos jogadores de segunda a domingo com treinos físicos à distância. Muitos usam preparadores particulares e fisioterapeutas para ajudar nos trabalhos. Apesar dos esforços, é inegável ocorrer uma queda nos níveis apresentados antes da parada.
— A perda é significativa. Será avaliada quando eu começar a treinar eles (jogadores) novamente. Quando voltarmos, teremos uma noção em números. Eles não voltam zerados, mas também não perdem mais que 50% do total. Hoje é difícil eles voltarem acima do peso, são mais conscientes — comenta o preparador físico gremista.
Risco de lesões
Os atletas lesionados serão exigidos de forma quase igual ao período de atividades. Meira cita Marcelo Oliveira, Leonardo Gomes, Jean Pyerre, Geromel e Kannemann como jogadores que têm lastro para trabalhar com maior intensidade – os dois zagueiros precisaram de maiores períodos de recuperação no início de 2020.

Mas a preocupação abrange todo o elenco comandado por Renato Gaúcho. A avaliação do ritmo de treinamentos dependerá exclusivamente do calendário, a ser definido por Federação Gaúcha de Futebol, CBF e Conmebol, nas competições que o Grêmio disputa.
— Tem uma probabilidade de aumentar (as lesões) se a gente não tomar cuidado. Se treinar pouco, porque está preocupado por isso ou aquilo, vamos pagar. Se treinar demais, apertar tudo, lá na frente pagamos também. É um equilíbrio. Sabemos as competições, os jogos, os jogadores — destaca Meira.
As férias no Grêmio vão até o último dia de abril, na próxima semana. Inicialmente, a programação de retorno aos treinos aponta para 2 de maio.